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Os Caminhos de Sefarad

Uma língua e sua história
Autor: Cecilia Fonseca da Silva
SKU: 146780
Páginas: 139
Avaliação geral:

Narra acerca da formação do judaísmo sefaradita (ibérico) e apresenta e analisa as letras e as melodias de pérolas do canto sefaradita, romansas e coplas medievais, nos idiomas judaicos de origem castelhana:o djudeo español, a haquetía e o ladino. Sefarad é o nome hebraico da Península Ibérica. O termo sefaradi, ou sefardita, ou sefaradita, se refere aos descendentes dos judeus espanhóis expulsos por decreto dos reis de Castela e Aragão, em 1492.

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Descrição

Sefarad é o nome hebraico da Península Ibérica. O termo sefaradi, ou sefardita, ou sefaradita, se refere aos descendentes dos judeus espanhóis expulsos por decreto dos reis de Castela e Aragão, em 1492. Que língua falavam os judeus no momento da expulsão? No livro, a autora mostra a evolução da língua falada no final do século XV até os dias de hoje, enriquecida com termos dos lugares por onde os judeus expulsos passaram ou se estabeleceram, mantendo, no entanto, as raízes ibéricas. Como exemplo, há textos em judeu-espanhol - ladino -, com tradução para o português, além da análise das letras de melodias que ajudaram a preservar a cultura levada da Península Ibérica, cujas manifestações se mantêm até hoje em diversas partes do mundo. 

Prefácio

Prefácil

Desde de criança, achava que meus avós, pelo fato de se comunicarem em espanhol, eram argentinos. Morávamos em Porto Alegre e a proximidade geográfica do Rio Grande do Sul com a Argentina e o Uruguai permitia que os sinais de suas potentes antenas, aliados á topografia plana do pampa, entrasse com mais força nos receptores de rádio do que as emissoras líderes do país, como a Nacional e Tupy. A opção de lazer, à noite, era compartilhar os programas das rádios farroupilha, Difusora e Gaúcha com os tangos e boleros das emissoras castelhanas. E dê-lhe tangos e boleros, mas o que fazer? Uma vez ao ano com a família se engalanava para a cerimônia do Pessach, a Páscoa judaica. Minha avó caprichava nos preparativos das komidikas, com destaque para as tapadas, agristadas, fritadas, burrecas, guevos haminados e tantas outras, mas não era permitido degustá-las antes de encerrada a reza, que durava, seguramente, horas e horas. Meu avô, na cabeceira da enorme mesa (que, depois, descobri, não era assim tão grande) comandava a cerimônia, com a leitura cantada da Hagadá, que relatava a fuga dos judeus do Egito, onde eram escravos, a travessia do deserto, que durou quarenta longos anos, até a chegada à terra prometida. Cada um dos convivas, adulto ou criança, contava - e cantava - uma das estrofes, em ladino, ditilografadas em papel de seda bastante amarrotado, que atestava sua antiguidade e autenticidade: "Este es el pan que komieran muestros padres en tierra de afito. Todo el ke tienga ambre ke venga y koma. Todo el que tienga de menester que viega y pasqüe. Este año aki, siervos. E nel viñién, en tieras de Yerushalaym, ijos foros". Na realidade, não estávamos, em sentido figurado, na acolhedora e farta Leal e Valerosa Porto Alegre, mas nas areias do inóspito e hostil Egito dos Faraós. Todavia, mesmo com a fome apertando esperávamos, ansiosos, a chegada do trecho que enumerava as pragas que o criador lançava contra o soberano e que culminou com a morte do seu primogênito. Não que tivéssemos alguma coisa contra a pobre criança, mas a cada praga tínhamos o privilégio de tocar, com a ponta do dedo mindinho, no cálice do delicioso vinho adocicado, quase um suco de uva, que a Vó Maria tinha se esmerado em produzir para a cerimônia. À medida que as gotas iam sendo depositadas, uma a uma, na beirada de cada prato, pronunciávamos uma exclamação impossível de esquecer, mesmo passadas tantas décadas: "Mos Abastava", com o significado de não ter sido preciso despejar tantas desgraças sobre o Faraó e seu súditos. Bastaria uma ou duas e ele, provavelmente, teria libertado os escravos judeus e permitido que saíssem do reino, sob a liderança de seu filho adotivo Moisés, o Moshé Rabeno dos sefaradis. Mas aí a cerimônia não teria o mesmo encanto. Ladino,, pra mim, é música pura e me faz recordar os melhores momentos da minha infância. Agradeço, em meu nome e, seguramente, no dos demais brasileiros, sefaradis e não sefaradis, judeus e não judeus, o privilégio de ter conhecido a Cecilia e seu emprenho em não deixar morrer a língua que foi chamada, com justa razão, de florida.

Sobre o autor

Cecilia Fonseca da Silva 

É Licenciada em letras Neolatinas pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e Licenciada em Música pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Autora de livros didáticos de Espanhol, Publicados pela Imperial Novo Milênio Gráfica e Editora Lt, do Rio de Janeiro, e para a revista El Djudió, de Porto Alegre, sobre a língua e a cultura sefaradi. Coordena o Grupo Angeles y Malahines de Cultura Sefaradi, do CIB (Clube Israelita Brasileiro), do Rio de Janeiro. Dedica-se ao estudo do judeu-espanhol oriental-ladino - e sua divulgação, por meio de palestras e apresentações musicais.  É membro da Associação de Professores de Espanhol do Distrito Federal.

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