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Caminhos Cruzados

A vitoriosa saga dos judeus do Recife no século XVII - da expulsão da Espanha à fundação de Nova York
Autor: Paulo Carneiro
SKU: 13780
Páginas: 220
Avaliação geral:

Para o autor, "Caminhos Cruzados" recupera um capítulo importante da história do Brasil, geralmente ofuscado pelo brilho da Corte de Maurício de Nassau. No Recife, a sinagoga Zur Israel, hoje restaurada, é espelho dessa herança, assim como a Ponte Maurício de Nassau, originalmente construída pelo judeu Baltazar da Fonseca. Em Nova York, as lápides do primeiro cemitério ostentam nomes de judeus pernambucanos.

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Descrição

Livro resgata saga dos judeus do Recife no século XVII, desde a expulsão da Espanha em 1492 à fundação da comunidade de Nova York 

Autor destaca a conversão forçada em Portugal, a resistência à Inquisição, o oásis de liberdade no período de Nassau no Nordeste e as marcas culturais fincadas ao longo da jornada 

 

 

Descendente de cristãos-novos, com influências negra, indígena e holandesa, o pernambucano Paulo Carneiro narra em “Caminhos Cruzados” a história dos judeus do Recife no século XVII, que construíram no Brasil a primeira sinagoga das Américas. A saga começa com a expulsão da Espanha, em 1492, e avança até 1654, quando 23 judeus oriundos de Pernambuco desembarcam na então colônia holandesa de Nova Amsterdã e fundaram o que viria a ser a comunidade judaica de Nova York, a segunda maior do mundo depois de Israel. 

Carneiro recupera detalhes do ambiente em que se deu a diáspora espanhola, passando pelo abrigo em Portugal, a participação de cientistas judeus no projeto das explorações marítimas e a conversão forçada ao catolicismo, em 1497. Além disso, conta como foi a batalha movida pelo rei D. João III junto ao Vaticano para instalar a Inquisição no reino, marco da decadência do império marítimo português, segundo o historiador britânico David Landes.  

Para o autor, “Caminhos Cruzados” recupera um capítulo importante da história do Brasil, geralmente ofuscado pelo brilho da Corte de Maurício de Nassau. No Recife, a sinagoga Zur Israel, hoje restaurada, é espelho dessa herança, assim como a Ponte Maurício de Nassau, originalmente construída pelo judeu Baltazar da Fonseca. Em Nova York, as lápides do primeiro cemitério ostentam nomes de judeus pernambucanos e a Estátua da Liberdade traz no pedestal um poema de Emma Lazarus, descendente dos pioneiros saídos do Brasil.

No cruzamento dos caminhos temporais e seculares, Carneiro revela que o ex-rabino do Recife, o erudito Isaac Aboab da Fonseca, presidiu o tribunal rabínico que excomungou Espinoza, em Amsterdã. Por ironia, os antepassados de ambos estiveram juntos na fatídica diáspora espanhola. 

Assista aqui a entrevista do autor para o programa Shalom Brasil (maio/2015):

Índice e trechos

Trecho da introdução

"No dia 7 de setembro de 1654, 23 judeus procedentes do Recife chegaram ao porto de Nova Amsterdã, atual Nova York, a bordo da fragata francesa Santa Catarina, depois de aflitiva jornada de seis meses pelo Atlântico. Ao desembarcar, foram recebidos pelos também judeus Jacob Barsimon e Solomon Pieterson, que haviam sido enviados pela Comunidade de Amsterdã, uma semana antes, para sondar possibilidades de negócios. Juntos, eles comemoraram o primeiro Rosh Hashaná - o Ano Novo judaico – de que se tem notícia em território norte-americano. Outros judeus egressos do Recife vieram depois para se unir ao grupo, que aos poucos foi ganhando forma e estrutura em meio às dificuldades impostas pelo administrador da colônia, o calvinista radical Peter Stuyvesant. Com união e garra, um ano depois, eles fundaram a Congregação Shearith Israel, a mais antiga dos EUA. Estas são as raízes da comunidade judaica de Nova York, a maior do mundo depois de Israel, tendo como marco o desembarque dos pernambucanos, expulsos do Brasil ao término da Invasão Holandesa. Este livro tem o objetivo de resgatar a saga vitoriosa, a começar pela expulsão dos judeus da Espanha, em 1492, pelos Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Além do surgimento da Espanha unificada, outros eventos se entrelaçam, como a ascensão e queda do império português, o domínio dos turcos otomanos na Europa, o surgimento da Holanda como potência comercial, os desdobramentos da Reforma Protestante e a presença nefasta da Inquisição nos domínios da Igreja Católica.

Trecho do prefácio, de Reinaldo Azevedo

"(...) Que bom que Carneiro, um pernambucano como Gilberto Freyre — este também seria descendente de cristãos-novos, dizem alguns —, se encarregue de pôr as coisas nos seus justos termos. Deixei-me fascinar por “Casa Grande & Senzala” ainda muito jovem. Em boa medida, mudou o meu entendimento do mundo. Aquela apreensão a um só tempo carnal e conceitual da realidade; a capacidade de evidenciar uma herança histórica por intermédio da sobrevivência de um costume; a erudição casada à descrição precisa, tudo aquilo me encantou. Mas me lembro do incômodo que me causaram algumas observações de Freyre sobre os judeus.
Não, não vou aqui acusá-lo de antissemita, o que nem Israel fez, membro que era da Academia de Ciências e Artes de Tel Aviv. Não só isso: nos seus 80 anos, foi homenageado pela comunidade judaica de Pernambuco. Mas o que está escrito está escrito. E não vou lembrar aqui algumas passagens para demonizar Freyre, por quem tenho grande admiração, mas para chamar a atenção para o fato de que alguns estereótipos sobrevivem mesmo às penas mais rigorosas".

Trecho do capítulo "Legado de um gênio"

"D. João II convocou o cientista judeu Zacuto para fazer parte do grupo de peritos que buscavam o caminho marítimo para as Índias, certo de que se tratava do maior mestre em cosmografia e astrologia de seu tempo. O relacionamento difícil entre ambos gerou algumas anedotas que circulavam em Lisboa, nem sempre favoráveis ao rei. Uma delas dá conta de que, durante viagem a Évora, D. João pediu que ele previsse por qual portão entraria na cidade, entre as múltiplas opções existentes. O mestre argumentou que, se o rei conhecesse de antemão a resposta, entraria por outra porta só para desmoralizar sua perícia. Contudo, o monarca aceitou que fosse apresentada uma previsão por escrito, lacrada com o carimbo do astrólogo, para ser aberta só depois de ultrapassados os portões de Évora. Contudo, D. João mandou fazer uma entrada inteira mente nova pela qual passou com a comitiva para confundir o astrólogo. Só que ficou surpreso ao abrir o envelope e deparar com o conteúdo da previsão feita com dias de antecedência.
Nela, Zacuto informava que o rei entraria não pelas portas habituais, “mas por um novo portão recentemente feito”.
Mas nem tudo era acerto na vida do astrólogo. Em um manuscrito encontrado após a sua morte, ele previu a ocorrência de um dilúvio em Lisboa, em 1506, mas o que aconteceu foi algo mais grave, como veremos adiante."

Imprensa

Assista a entrevista do autor Paulo Carneiro ao Programa Shalom Brasil (maio/2015):

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