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  • Os Deveres do Coração

Os Deveres do Coração

Chovot Halevavot
Autor: Bachya Ibn Pakuda
Editora: Sêfer
SKU: 1073
Páginas: 358
Avaliação geral:

Descrição sistemática de todas as obrigações religiosas que tocam o coração humano. Enfoca todas as forças do caráter, como o sentimento, o direcionamento da vontade e o conhecimento intelectual, pois o amor aos seres humanos tem valor somente como reflexo do amor a Deus, e a meta é revelar o âmbito interior do homem e sua tendência em viver uma vida moral elevada, unindo sua vontade à do Criador.

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Descrição

Os Deveres do Coração é uma descrição sistemática de todas as obrigações religiosas que tocam o coração humano.
Enfoca todas as forças do caráter, como o sentimento, o direcionamento da vontade e o conhecimento intelectual.
Esta obra criou uma nova trilha na literatura religiosa: o caminho do Mussar (moral), que vê no amor a Deus o centro de tudo, desde a necessidade de conhecê-Lo e reconhecer Suas dádivas, até servi-Lo e amá-Lo.
Assim, o amor aos seres humanos tem valor somente como reflexo do amor a Deus, e a meta é revelar o âmbito interior do homem e sua tendência em viver uma vida moral elevada, unindo sua vontade à do Criador.

Edição 2015 - encadernação: brochura. Capa mole sem orelha.

Índice e trechos

Índice

Prefácio à Edição Brasileira

Introdução

Portal 1: A Unicidade Divina

Portal 2: Refletindo sobre a Criação

Portal 3: Servir a Deus

Portal 4: Confiança em Deus

Portal 5: A Devoção do Coração

Portal 6: A Humildade

Portal 7: Teshuvá (Arrependimento)

Portal 8: A Auto-Avaliação

Portal 9: Abstinência

Portal 10: Amar a Deus

As Dez Estrofes

Admoestação (Tochechá)

Súplicas (Bacashá) 

Prefácio

Prefácio à Edição Brasileira

Rabênu Bachiá é o primeiro filósofo do judaísmo hispânico. Com o declínio das comunidades judaicas da Babilônia, no século XI, começa a brilhar a luz dos sábios da Espanha judaica, que ocuparam um lugar tão importante em nossa cultura.

Praticamente, não conhecemos os dados biográficos de Rabênu Bachiá. Do tradutor desta obra (o original foi escrito em árabe, que era a língua falada pelo povo), Iehuda ibn Tibon, aprendemos que seu nome era Rabênu ("nosso Mestre") Bachiá ben Iossef Ibn Pacuda, um juiz que vivia na cidade de Saragossa, a mesma do poeta Ibn Gabirol. Seu livro foi provavelmente divulgado por volta do ano 1040.

Em contraste com a falta de dados sobre sua vida, podemos conhecer seu mundo interior através desta vasta obra, aqui apresentada. Sua completa devoção a Deus e pureza interna é notável! Não é à toa que, de todos os filósofos judeus, justamente ele recebeu a alcunha de "Chassid" (devoto). É claro e transparente também o grande amor a Deus contido em seu coração e que extravasa em muitos trechos de seu livro. As dificuldades e sofrimentos que experimentou na vida são aparentes. Em suas palavras, muitas vezes sentimos suas lágrimas ainda quentes, jorrando de um coração alquebrantado, que encontra apoio e proteção na Graça Divina.

Embora Rabênu Bachiá tenha escrito muito sobre a beleza da Criação e o esplendor que envolve a natureza, podemos notar as feridas de sua alma, que geme como uma pomba e suplica perante Deus. Desta alma ouvimos também a frase citada em nome de um devoto: "Se me queimares no fogo, somente aumentarei meu amor por Ti" (Décimo Portal, "Amar a Deus").

Possivelmente, esta tendência em seus escritos originou-se nas dificuldades de emigração do início de estabelecimento judaico na nova diáspora da península ibérica, ou talvez no sofrimento particular do autor.

Sua cultura e seu domínio das fontes dos Sábios do Talmud (tradição judaica) são muito abrangentes. Nota-se sua tendência para o pensamento lógico e filosófico, característicos de sua época. Pode-se notar também seu domínio sobre muitos campos da ciência, como a geometria de Euclides e a filosofia neoplatônica. Rabênu Bachiá é o primeiro a se basear nas palavras dos sábios de outros povos, citando-os quando julga suas palavras compatíveis com o espírito do judaísmo.

 

Sobre o Livro

A obra de Rabênu Bachiá criou uma nova trilha na literatura religiosa, o caminho do Mussar (moral) judaico. Em sua concepção de moral e ética, o autor vê no amor a Deus o centro de tudo. Em sua obra, Deus ocupa o lugar central: a necessidade de conhecê-Lo, reconhecer suas dádivas, servi-Lo e amá-Lo. O amor aos seres humanos tem valor somente como reflexo do amor a Deus. Assim, as obrigações "Ben Adam Lechaverô" (entre o homem e seu semelhante) aparecem no livro num plano secundário.

O raciocínio lógico é sentido tanto no conteúdo como na forma sistemática de apresentação dos tópicos e da argumentação. Esta tendência vem abraçada ao desprezo aos valores mundanos e aos prazeres passageiros do materialismo. Contudo, Rabênu Bachiá lembra, de forma esporádica, frases quase místicas, como os portões dos Céus que se abrem para o homem, da "visão sem olhos e da audição sem ouvidos", e do desvendar de obstáculos que separam o homem de seu Deus.

Não faltam frases de Sábios de todas as gerações em louvor à obra Chovot Halevavot (Deveres do Coração) e seu autor.

O livro Maguid Mesharim cita que o "anjo" que estudava todas as noites com o rabino Iossef Caro (autor do código judaico de leis, o Shulchan Aruch) disse-lhe que estudasse diariamente o livro Chovot Halevavot para dominar o Ietser Hará  (mau instinto) e diminuir sua intensidade.

Sobre o grande cabalista Ari ZA"L foi escrito: "Ele obrigava seus alunos a estudar este livro diariamente, para despertar seus corações para Deus".

Muitos outros, como o Rabino Elimelech MeLizensk, o Rabino Iecheskel Landau (conhecido como Noda BiYehuda), o Gaon de Vilna e o Chatam Sofer, elogiaram muito o livro e indicavam-no aos seus discípulos.

 

Sobre a Introdução      

A "Doutrina dos Deveres do Coração" - como é chamado na tradução de ibn Tibon - é uma descrição sistemática de todas as obrigações religiosas que tocam o coração humano, em complementação aos deveres do corpo e da prática religiosa. O livro enfoca todas as forças do caráter: o sentimento, o direcionamento da vontade e o conhecimento intelectual.

Anteriormente, os profetas diferenciaram os deveres morais dos mandamentos práticos, lastimando que, muitas vezes, o povo seguia os estatutos da Torá, mas desprezava as exigências éticas; viam neste comportamento um desvio da Vontade Divina e dos caminhos da Torá. Os sábios do Talmud também enfatizaram em suas interpretações e no seu testemunho de vida a importância do comportamento religioso, mas foi o autor dos "Deveres do Coração" o primeiro a fazer esta diferenciação de forma clara e a definir detalhadamente este campo de foro íntimo da pessoa.

O livro, centrado nos valores morais do homem, é de certa forma desligado do mundo prático e fala pouco sobre o plano nacional ou do sonho de redenção do povo de Israel.

Nosso povo viu neste livro um dos alicerces do pensamento judaico, sentindo que ele vinha convencer os que procuravam se aproximar e reforçava os que já se encontravam nos caminhos da Torá. Am Israel reconheceu Rabênu Bachiá como um expert das forças psicológicas e das entranhas da alma humana, além de reconhecer nele um homem que superou as barreiras que distanciam o ser humano de seu Criador.

 

O Enfoque Moral

Enquanto Rabi Iehuda Halevi, em seu livro O Cuzarí, enfoca o contato existencial com Deus, e Maimônides, no Guia dos Perplexos, analisa esta ligação do ponto de vista intelectual, Rabênu Bachiá nos ensina o lado moral do Serviço Divino.

Reconhecer as bondades do Criador é o alicerce ético para o cumprimento da Vontade de Deus. Este ponto é enfatizado no início do Terceiro Portal (Servir a Deus), quando explica as razões psicológicas para a omissão dos homens no tocante às dádivas Divinas. Entre estas razões está a rotina, que nos faz sentir estes presentes como óbvios. O autor vê na outorga da Torá o maior dos presentes de Deus, assim como as provas fiéis e os milagres que nos fazem acreditar nela. Como evidência recente das bondades de Deus para conosco, traz a existência de nosso povo, que sobreviveu à diáspora entre povos de culturas diferentes da nossa.

No Portal "Servir a Deus", o autor desenvolve a ideia de que os homens costumam retribuir aos seus companheiros que lhe fizeram favores por interesse, e deduz daí nossa obrigação em retribuir a Deus a bondade que Ele nos concede, desde o nascimento, em todos os instantes de nossa vida, através do Serviço Divino.

Os devotos não se contentam em fazer as Mitsvót (mandamentos) explícitas na Torá, mas se esforçam por fazer a vontade de Deus de forma completa, e esta só pode ser alcançada através da perfeição dos "deveres do coração".

A meta é revelar o âmbito interior do homem, sua tendência em viver uma vida moral elevada, juntando assim sua vontade à do Criador. A Torá é o meio que desperta forças adormecidas em nossa alma, e as limitações da Torá vêm trazer uma educação externa, porém visando chegar à vontade mais profunda do homem, que é fazer a vontade de Deus, gravada por Ele em nossas almas, ao criar-nos à Sua imagem.

           

Advertência Importante

No Portal da Unicidade Divina, Rabênu Bachiá traz provas de lógica filosófica sobre a existência e unicidade Divina. Ele baseia a fé numa visão racionalista-filosófica. Muitos de nossos sábios se opuseram ferozmente ao estudo deste capítulo, pois nem todos estão preparados intelectualmente para este enfoque, mesmo entre os sábios da Torá. Veja Rambam, Hilchot Iessodê Hatorá 2:1,2 e Rema, Shulchan Aruch, Iore Deá 146:5.

Embora outros apoiassem a pesquisa e a procura de provas para a fé, enfatizando que só depois de elucidar intelectualmente a fé em Deus pode-se dizer que cumprimos a Mitsvá de Emuná (crer em Deus), a grande maioria dos sábios se opõe a este caminho.

Traremos aqui somente algumas citações para reforçar esta ideia.

O Gaon de Vilna escreveu: "A filosofia em relação a assuntos espirituais baseia-se somente na mente humana que, por si só, está longe dos caminhos da Torá e da Emuná" (Aliot Eliahu, pág.12). Em outro livro, escreve: "E pelo mérito de se distanciar daqueles que estudam filosofia teológica, e outras filosofias, merecerão a Luz Divina no mundo vindouro" (Even Shelema 11:4).? E diz ainda o Gaon: "No lugar onde termina a filosofia, começa o estudo da Cabalá" (Sidur HaGra 61).

É citado em seu nome, que o Gaon de Vilna apreciava muito os livros Menorat Hamaor e o Chovot Halevavot, porém, no lugar do Portal da Unicidade Divina, dizia para se estudar o livro O Cuzarí, que é santo e puro, e contém a base da Emuná de Israel e da Torá (obra que será lançada em breve nesta coleção), e também o livro Messilat Iesharim (O Caminho dos Justos), já publicado em português pela Editora Sêfer.

Não iremos aqui citar os inúmeros rabinos que também se opuseram ao estudo do primeiro capítulo do Chovot Halevavot, e é nossa sugestão também que, após a introdução, o leitor passe direto para o Segundo Portal. 

         

Elul 5762.

Rabino Raphael Shammah

Sobre o autor

Bachiá Ibn Pacuda

Rabênu Bachiá é o primeiro filósofo do judaísmo hispânico. Com o declínio das comunidades judaicas da Babilônia, no século XI, começa a brilhar a luz dos sábios da Espanha judaica, que ocuparam um lugar tão importante em nossa cultura.

Praticamente, não conhecemos os dados biográficos de Rabênu Bachiá. Do tradutor desta obra (o original foi escrito em árabe, que era a língua falada pelo povo), Iehuda ibn Tibon, aprendemos que seu nome era Rabênu ("nosso Mestre") Bachiá ben Iossef Ibn Pacuda, um juiz que vivia na cidade de Saragossa, a mesma do poeta Ibn Gabirol. Seu livro foi provavelmente divulgado por volta do ano 1040.

Em contraste com a falta de dados sobre sua vida, podemos conhecer seu mundo interior através desta vasta obra, aqui apresentada. Sua completa devoção a Deus e pureza interna é notável! Não é à toa que, de todos os filósofos judeus, justamente ele recebeu a alcunha de "Chassid" (devoto). É claro e transparente também o grande amor a Deus contido em seu coração e que extravasa em muitos trechos de seu livro. As dificuldades e sofrimentos que experimentou na vida são aparentes. Em suas palavras, muitas vezes sentimos suas lágrimas ainda quentes, jorrando de um coração alquebrantado, que encontra apoio e proteção na graça Divina.

Embora Rabênu Bachiá tenha escrito muito sobre a beleza da Criação e o esplendor que envolve a natureza, podemos notar as feridas de sua alma, que geme como uma pomba e suplica perante Deus. Desta alma ouvimos também a frase citada em nome de um devoto: "Se me queimares no fogo, somente aumentarei meu amor por Ti" (Décimo Portal, "Amar a Deus").

Possivelmente, esta tendência em seus escritos originou-se nas dificuldades de emigração do início de estabelecimento judaico na nova diáspora da península ibérica, ou talvez no sofrimento particular do autor.

Sua cultura e seu domínio das fontes dos Sábios do Talmud (tradição judaica) são muito abrangentes. Nota-se sua tendência para o pensamento lógico e filosófico, característicos de sua época. Pode-se notar também seu domínio sobre muitos campos da ciência, como a geometria de Euclides e a filosofia neoplatônica. Rabênu Bachiá é o primeiro a se basear nas palavras dos sábios de outros povos, citando-os quando julga suas palavras compatíveis com o espírito do judaísmo.

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    • Livro abençoado
    • 16 de março de 2018
  • André
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  • Me ajudou muito a entender com o D'us trabalha na vida de cada ser humano o capítulo que me mostrou sobre o Decreto Divino e de estarmos sob a dependência de D'us e de confiarmos Nele plenamente