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Os 948 dias do gueto de Varsóvia

A resistência heroica da maior comunidade judaica da Europa
Autor: Bruno Halioua
SKU: 146121
Páginas: 256
Avaliação geral:

A história do gueto de Varsóvia começa em 12 de outubro de 1940, quando as autoridades nazistas ordenaram a transferência de todos os judeus da cidade polonesa para um perímetro fechado. A opressão terminaria exatamente 948 dias depois, com o extermínio dos últimos resistentes. A descrição dessa resistência é um marco da perseverança humana e símbolo do enfrentamento possível e necessário a estruturas opressoras - ontem, hoje e sempre.

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Descrição

A história do gueto de Varsóvia começa em 12 de outubro de 1940, Yom Kipur daquele ano, quando as autoridades nazistas ordenaram a transferência de todos os judeus da cidade polonesa para um perímetro fechado.

A opressão terminaria exatamente 948 dias depois, com o extermínio dos últimos resistentes e a dinamitação da Grande Sinagoga, localizada na rua TIomackie. É o fim da maior comunidade judaica da Europa, a única que ofereceu resistência armada à crueldade. A descrição dessa resistência com meios extremamente parcos e na verdade desesperada é um marco da perseverança humana e símbolo do enfrentamento possível e necessário a estruturas opressoras, ontem, hoje e sempre.

Bruno Halioua apresenta também com pormenores os momentos anteriores à instituição do gueto, com a escalada da violência e da barbárie, que culminariam na erradicação. Com base nos numerosos testemunhos escritos durante e após o período em questão, Halioua narra a vida cotidiana de mais de 380 mil pessoas (isto é, cerca de 30% da população de Varsóvia à época): a multiplicação das medidas antijudaicas, os estratagemas para comer, trabalhar, rezar apesar do inferno, a coragem necessária para resistir à máquina de morte criada pelo Terceiro Reich.


Para o regime nazifascista no poder, o gueto de Varsóvia, com todo seu simbolismo, representa por si só um recuo inadmissível que será combatido a ferro e a fogo. Narrado com verbos conjugados no presente, como que para de propósito não relegar o evento histórico ao passado, Os 948 dias do gueto de Varsóvia, sintético, preciso e edificante, é um livro indispensável a todos aqueles que desejam compreender melhor esse trágico episódio do século XX.

O gueto de Varsóvia e seu levante, como diz o autor, "vai muito além da comunidade judaica. [...] Constitui, depois da guerra, um momento-chave da história da Europa no século XX, como Marek Edelman ressaltou de forma notável: 'A Shoá é a derrota da civilização. E, infelizmente, essa derrota não cessou em 1945. Temos de nos lembrar disso'." Este livro, aliás, conversa de modo perturbador com outro que lançamos concomitantemente: Diário tardio: Theresienstadt - Auschwitz - Varsóvia - Dachau, de Max Mannheimer, autor que sobreviveu a quatro campos de concentração e narra de sua juventude até sua libertação do jugo nazista.


Trechos

"Às 12h40 do dia 31 de agosto de 1939, uma quinta-feira, Hitler ordena a invasão da Polônia. No dia seguinte, à 1h45, o Exército alemão, composto de 57 divisões, seis das quais blindadas e quatro motorizadas, 1,5 mil veículos e 1,93 mil aviões, atravessa a fronteira da Polônia. Perfeitamente cientes das perseguições antissemitas que ocorrem na Alemanha depois da tomada de poder por Adolf Hitler, os três milhões de judeus que vivem na Polônia, que constituíam 10% da população, se veem mergulhados num estado de angústia e pavor. Na tarde de 1º de setembro de 1939, uma sexta-feira, cartazes afixados nos muros de Varsóvia reproduzem o apelo do presidente da República que fora transmitido pelo rádio: 'Esta noite, nosso inimigo secular violou nossas fronteiras e abriu hostilidades contra o Estado polonês. Dou testemunho disso solenemente, diante de Deus e da história.'" [p. 20]

 

"Em 15 de novembro de 1940, os 22 portões do gueto são fechados, e cada um deles passa a ser vigiado dia e noite por seis sentinelas: dois guardas alemães (Shutzpolizei ou Ordnungspolizei), dois policiais poloneses (Policja granatowa) e dois membros da polícia judaica. No dia seguinte, 16 de novembro de 1940, o gueto é oficialmente isolado do resto da cidade. Segundo Emanuel Ringelblum, esse anúncio soa aos ouvidos dos habitantes 'como um trovão'. É quando eles tomam consciência de ter caído numa armadilha e passam a viver no que um jornal clandestino descreve como 'a maior prisão do mundo'." [p. 69]

 

"Os novos ricos, que representam um mundo à parte no gueto, são, sobretudo, operadores do mercado negro e colaboradores da Gestapo. Eles têm dinheiro suficiente para desfrutar de tudo o que desejam: 'Para eles, tudo existe em abundância -, escreve Chaim Kaplan. 'As vitrines transbordam de acepipes de todos os tipos, mas quem pode pagar seus preços astronômicos? Casas de diversão funcionam no gueto, e todas as noites ficam lotadas. Quem se aventurasse no gueto sem conhecer sua localização e pusesse os pés num desses luxuosos cafés ficaria estupefato. Quem haveria de acreditar que aquelas multidões elegantemente vestidas que se deleitam com a música, as pastelarias e o café são vítimas perseguidas pela tirania? O visitante inocente jamais suspeitaria da verdade antes de dar uma olhada no exterior. Vez por outra, na própria entrada de um desses cafés elegantes, ele poderia tropeçar no cadáver de alguém que morreu de fome.'" [p. 110-111] 

 

"Um punhado de sobreviventes decide refugiar-se na parte ariana da cidade. No curso da Übersiedlungsaktion, calcula-se que cerca de oito mil pessoas fugiram do gueto. Esse número reduzido explica-se em grande medida pela imensa dificuldade de encontrar um ponto de apoio do outro lado do muro. Somente tentaram a fuga os que tinham amigos próximos para acolhê-los ou meios suficientes para sobreviver. Uma vez do outro lado do muro, os judeus se surpreendem com o contraste que existe entre as duas partes da cidade. Wladka (cujo verdadeiro nome é Feigel Peltel-Miedzyrzecka), membro do Bund, elemento de ligação da OJC, descreve a cidade ariana: 'Mulheres carregam cestos de provisões [...], as lojas estão abertas e nelas os clientes fazem suas compras. Mães andam pela rua levando pãezinhos apetitosos [...]. Um mundo completamente diferente.'" [p. 198]

Sobre o autor

Bruno Halioua 

É dermatologista e professor de história da medicina na Universidade Sorbonne em Paris. Ex-diretor da clínica da Faculdade de Medicina de Paris, possui um DEA (Diploma de Estudos Aprofundados, título de pós-graduação francês) em história contemporânea e é membro da Sociedade Francesa de História da Medicina. É também autor de La Médecine au temps des Hébreux; Sience et conscience; Blouses blanches, étoiles jaunes e La Médecine au temps des pharaons.

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