A história judaica tem mulheres extraordinárias. Da matriarca Sara à sionista Golda Meir, muitas mulheres judias fizeram história. Grácia Nasi foi uma delas. Com uma fé inquebrantável e uma personalidade de ferro moldada pelas agruras da vida, esta mulher não teve medo de desafiar homens, papas, reis e o seu próprio destino.
Nascida em 1510 em Portugal, depois de sua família ter sido perseguida e expulsa da Espanha, e viúva aos 25 anos, herdeira de um império comercial e de uma incalculável riqueza cobiçada por todos, ela se torna uma verdadeira mulher de negócios, assumindo o seu espírito pioneiro e empreendedor, traço marcante dos judeus sefarditas e cristãos novos.
Depois de percorrer o mapa da Europa, passando por cidades como Antuérpia e Veneza, acaba chegando e se refugiando no Império Otomano, onde finalmente pode praticar a sua fé às claras, sem recear qualquer perseguição, dedicando-se a ajudar os seus correligionários a escapar da Inquisição, a apoiar o estudo e o ensino religiosos, bem como a edição de Bíblias, e a estender a mão aos mais necessitados.