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Coleção Or Hachayim (5 volumes)

Comentário sobre a Torá
Autor: Rabi Chayim ben Attar
SKU: 146120
Páginas: 3080
Avaliação geral:

Nesta obra, publicada em 1742, o reverenciado e erudito Rabi Chayim ben Attar (1696-1743) explica princípios básicos da fé judaica de forma profunda, clara e original, e elucida pontos interessantes da Torá por meio do significado simples das palavras, do sentido figurado dos textos, das enriquecedoras alegorias do Talmud e da visão e compreensão mística, brindando os leitores com mensagens edificantes sobre moral e ética. Coleção em 5 volumes.

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Descrição

Nesta obra, publicada em 1742, o reverenciado e erudito Rabi Chayim ben Attar (1696-1743) explica princípios básicos da fé judaica de forma profunda, clara e original, e elucida pontos interessantes da Torá por meio do significado simples das palavras, do sentido figurado dos textos, das enriquecedoras alegorias do Talmud e da visão e compreensão mística, brindando os leitores com mensagens edificantes sobre moral e ética.

É a análise sobre a Torá mais estudada e famosa depois dos comentários do Rashi, Ibn Ezra e Nachmânides, tendo sido amplamente aclamada e estudada pelos públicos ashkenazita e sefardita em todo o mundo.

Vol. 1 - Bereshit (Gênesis) - 624 páginas

Vol. 2 - Shemot (Êxodo) - 784 páginas

Vol. 3 - Vaicrá (Levítico) - 640 páginas

Vol. 4 - Bamidbar (Números) - 640 páginas

Vol. 5 - Devarim (Deuteronômio) - 392 páginas

Formato: 138 x 197,5 cm. Capa brochura.

Os livros não são vendidos separadamente.

Trechos

A relevância do Or Hachayim Hacadosh

 

Há 275 anos, no ano judaico de 5502 (1742), Deus presenteou o povo judeu com um livro muito especial: o sagrado "Or Hachayim sobre a Torá", que se tornou um dos bens mais preciosos do povo de Israel e a figurar entre as obras mais importantes do judaísmo. Aceito de imediato em todos os círculos judaicos, passou a iluminar a vida de milhares de judeus de todas as matizes e grupos.

O Or Hachayim Hacadosh (um dos raros livros que ostenta o termo cadosh - sagrado - em seu título) foi escrito por um sábio íntegro em sabedoria, temor e humildade, o sagrado Rabi Chayim ben Atar ZT"L, considerado um dos poucos e verdadeiros justos que Deus planta em cada geração. Nascido na cidade de Salé em 5456 (1696), no Marrocos, no final de sua curta vida de apenas 47 anos, imigrou para Jerusalém, para residir na cidade santa, falecendo em 5503 (1743).

O Baal Shem Tov, com seu rúach hacódesh (inspiração Divina), da longínqua Polônia conseguiu enxergar a grandeza do Rabi Chayim ben Atar e revelou um pouco da grandeza de sua alma, afirmando que ele possuía uma centelha do Mashíach, e afirmou: "Eu o avistei nos Céus, nos aposentos superiores, sentado no trono do Mashíach, observando que seu livro e suas palavras são próximas às nossas", ou seja, ao caminho da Chassidut.

Reza a tradição que o Baal Shem Tov saiu em viagem para a Terra de Israel para se encontrar com o Or Hachayim Hacadosh, alegando que este encontro traria a redenção. Porém, houve um impedimento dos Céus, como é sabido, e o Baal Shem Tov viu-se obrigado a cancelar sua viagem e voltar para casa. Mas ele fez tornar conhecida a obra do Or Hachayim entre todos os chassidim da Polônia.

Sobre isso testemunhou o Chidá (Rabino Chayim Iossef David Azulay, aluno do Or Hachayim em Israel) em seu livro Shem Haguedolim: "Ouvimos dizer que, agora, na Polônia, estão dando grande importância a ele... pois o Rabino chassid e sagrado Israel Baal Shem Tov falou sobre a grandeza da alma do nosso mestre, o Or Hachayim."

Baseado nesta revelação, foi estabelecido nas diversas comunidades chassídicas o estudo semanal do Or Hachayim, tornando-o um dos livros básicos da Chassidut. Mas isso não aconteceu apenas no meio chassídico. A influência deste livro ultrapassou as fronteiras da Polônia e se espalhou por outros países e entre todas as vertentes judaicas mundo afora.

De fato, o Or Hachayim é um livro que fala a todo o povo de Israel, desde os grandes justos, rebes e gênios, até os judeus mais simples, cada qual no seu nível e padrão. Nele, todos encontram algo interessante e se beneficiam dele, tanto nas gerações passadas quanto nas mais recentes. Mesmo as partes mais profundas e difíceis foram apresentadas de modo que qualquer um pudesse entender e captar, conforme sua condição de entendimento e discernimento.

A maior parte do Or Hachayim trata da compreensão básica do texto - o peshat -, combinando as diversas linguagens dos versículos e as minúcias do texto. É interessante notar que, apesar de o Or Hachayim ser uma explanação do significado da Torá, a maioria de seus leitores não faz parte do público interessado no sentido peshat do texto. Para eles, essa obra representa um tipo de experiência espiritual e a porta de entrada aos aposentos mais íntimos da luz e da santidade da Torá. O estudo se torna um meio de se elevar e santificar. É como um trampolim para alçar o Mundo Vindouro do Shabat. Por isso, anualmente repetem esse estudo e se regozijam como se fosse uma novidade, conforme testemunhou o Admor de Skver ZT"L: "Toda vez que você remexe no Or Hachayim encontra um novo sabor..."

No fundo, o Or Hachayim tem de tudo: explicações memoráveis para o entendimento do texto; revelações impressionantes e profundas de segredos que são explicados muito claramente; e palavras de admoestação e capacitação que dizem respeito a todos e que despertam as almas para se aproximar do Criador. Mas, além de tudo isso, paira sobre seu comentário o espírito do próprio Or Hachayim, e todos que o estudam sentem-se envolvidos por sua luz, santidade, doçura e prazer.

Uma das características mais poderosas do Or Hachayim é sua capacidade de se dirigir à pessoa como um todo - à razão, ao sentimento e à alma. Suas palavras permeiam as entranhas da alma e deixam nela suas marcas.

Ao contrário da regra que diz que "é diferente aquilo que se ouve daquilo que se vê" e que o estudo a partir de um livro não chega aos pés do que se ouve da boca de um sábio, no que tange ao livro Or Hachayim, os nosso sábios já disseram que o Rabino Chayim ben Atar logrou embutir em seu livro algo incrível, pois todo aquele que o lê e se prepara para ouvir e receber, acaba sendo influenciado por sentimentos de santidade e motivação como se estivese ouvindo o texto diretamente da boca do autor.

Para ilustrar essa afirmação, o Rabino Moshe de Kubrin disse que há trechos no livro que simplesmente "estão ardendo em fogo sobre as páginas..." (em iídiche, Es brent oif di bleter). Também o genial Rabino Meir Arik (mestre do genial Rabino Meir Shapira de Lublin, que instituiu o Daf Iomi) testemunhou sobre si que, ao longo do primeiro ano em que estudou o comentário do Or Hachayim, "ele se transformou em outra pessoa".

Portanto, é preciso saber que não se pode olhar este livro com lentes comuns, nem tampouco se relacionar com ele com base em nossos conceitos pessoais. Se prestarmos atenção às revelações dos tsadikim das gerações passadas sobre ele e aos louvores tecidos a essa obra, descobriremos que tudo isso não é nada em relação à grande santidade deste livro.

Os tsadikim observaram na aparição do Or Hachayim uma iluminação celestial e uma das correntes de revelação da luz oculta com a qual Deus, em Sua bondade, ilumina o povo de Israel. Conforme nos revela o Rabi Levi Yits'chac de Berditchev, "por meio do Or Hachayim, Deus nos revelou uma luz agradável cujas palavras são doces como o mel". Em nome do Baal Shem Tov, foi dito que ele testemunhou que as palavras proferidas pelo Or Hachayim são verdadeiras e que sua explanação é uma das setenta facetas que a Torá possui.

Aqui e acolá e ao longo das gerações, os tsadikim revelam em seus livros coisas que estavam ocultas em cada linha e palavra do Or Hachayim. Fica claro que somente uma fiada externa foi descoberta e que ainda há muito a ser revelado. Isto se deve ao fato de ele ter sido escrito com inspiração Divina, conforme expressaram os tsadikim mais antigos. As próprias palavras do autor valem como mil testemunhas ao mencionar na introdução que "os Céus se abriram e observei (me deparei com) visões Divinas".

O Rebe de Komarna escreveu: "O Baal Shem Tov disse sobre o nosso sagrado mestre Or Hachayim que sua alma era oriunda do espírito de David de Atsilut, e que toda noite ouvia a Torá de Deus. De tão sagrado, é impossível descrevê-lo; ele faz parte dos que descem pela Mercavá (conceito cabalístico) e revelam almas de níveis de inspiração Divina verdadeiros."

Na Parashat Shemini, quando o Or Hachayim se expressa dizendo "Ouvi", o Rebe de Komarna explica que o Or Hachayim "ouviu na Yeshivá Celestial". Certa vez, um professor de crianças ousou divergir e disse que este comentário do Or Hachayim foi escrito pela lógica humana, e não por inspiração Divina. O Rabino Divrê Chayim de Tsanz mandou afastá-lo e proibiu que as crianças estudassem com ele, pois ele se enquadrava na lei de Apicores (heresia). (O texto na íntegra pode ser encontrado na responsa Divrê Chayim - Iorê Deá 105.)

A influência da santidade deste livro é também algo sobrenatural. O Rabino Pinchas de Koritz, aluno do Baal Shem Tov, contou: "Certa vez, cheguei numa cidade e observei uma luz muito intensa. Comecei a pesquisar se havia lá o livro do Or Hachayim e, de fato, encontrei um senhor com um chumash com o comentário do Or Hachayim, e ele estava iluminando toda a cidade." Na mesma linha, há o testemunho do Rabino Shalom Teomim (Or Hatorá - Behaalotechá): "O ensinamento do Or Hachayim raia como o sol em pleno dia e ilumina todos os mundos."

O sagrado Rabino Yisrael de Ruzin ZT"L (neto do Maguid de Mezeritch e um grande mestre por si só) disse: "Nas primeiras gerações, o Zôhar era o livro com capacidade de purificar a alma. No entanto, hoje em dia, o estudo do Or Hachayim é que tem este poder de purificar a alma." Baseado nestas palavras, os sábios acrescentaram e disseram: Assim como o Zôhar tem a capacidade de purificar a alma somente ao ser lido, mesmo sem o entendimento do texto, o mesmo se aplica ao Or Hachayim que, mesmo falado e lido, tem a capacidade de purificar a alma. Há testemunhos sobre o Baba Sali de que ele não passou um dia sequer sem que tivesse estudado o Zôhar e o Or Hachayim.

Além de tudo, o livro Or Hachayim, com toda sua gama de poderes e características, sempre esteve à frente do povo como um farol que ilumina a escuridão, mostra o caminho e pavimenta as trilhas. Assim, o primeiro Admor de Slonim (Iessod Haavodá) ZT"L escreveu para um de seus seguidores que ele deveria se acostumar a estudar o Zôhar e o Or Hachayim, "pois eles iluminam os olhos e a alma da pessoa".

Conta-se que, certa vez, o Rabino Iehoshua de Belz disse para um de seus seguidores que estava preocupado com seus negócios: "Antigamente, a pessoa podia chegar à completitude com o livro do Zôhar; quando as gerações foram se debilitando, as pessoas se contentavam com o Chovat Halevavot; quando ficaram ainda mais debilitadas, se contentavam com o Reshit Chochmá. Agora, a pessoa pode chegar à completitude por meio do livro do Or Hachayim."

Ao longo das gerações, os tsadikim aconselharam o estudo do Or Hachayim como um meio de enraizar a fé e o temor a Deus. O Admor de Skver ZT"L aconselhou fixar um estudo de Or Hachayim com um rapaz que estava "saindo do caminho". Nem precisavam ser os trechos que falavam sobre admoestação e motivação, pois o estudo em si do Or Hachayim purificava e santificava, e a luz que dele se irradia o traria de volta.

Os tsadikim disseram que o Or Hachayim não teve filhos porque toda sua "força geradora" estava concentrada em sua obra. Por isso, estudá-la tem o poder de trazer filhos.

Entre as muitas segulot (poderes) que os nossos sábios atribuíram ao livro do Or Hachayim está a segulá (capacidade) da cura. O primeiro a testemunhar sobre isso foi o Rabino Pinchas de Korits (aluno do Baal Shem Tov). Conta-se que, quando seu filho adoeceu, ele assumiu o compromisso de estudar todo dia uma página do Or Hachayim pela cura de seu filho. O Admor de Karlin ZT"L disse que estudar o Or Hachayim é uma segulá contra todas as doenças da nossa época. Foi dito também que é uma segulá especial o simples fato de manter em casa esse livro.

Não é à toa que esta obra se tornou tão popular, tendo sido impressa centenas de vezes durante as últimas gerações e, nos últimos anos, tendo sido editados muitos e variados livros com explicações a respeito dele. Em muitas comunidades chassídicas, o estudo das explanações do Or Hachayim, sozinho ou em grupo, tornou-se parte do preparo para o Shabat. Há também muitas aulas fixas sobre a explicação do Or Hachayim.

O genial Rabino Avraham Palagi testemunhou sobre seu pai, o Rabino Chayim Palagi ZT"L, que ele costumava estudar toda sexta-feira à tarde os comentários do Or Hachayim com um grupo de estudiosos.

Meu mestre, o Admor de Viznitz (autor da obra Ieshuot Moshe) ZT"L, costumava lecionar uma aula fixa de Or Hachayim semanalmente. Ao longo de sete anos, ele terminava todo o livro. No primeiro ano, estudava a primeira parte das porções; no segundo, a segunda; e assim sucessivamente. Particularmente, todo ano ele terminava de estudar todo o comentário do Or Hachayim. Em seus discursos, costumava mencionar passagens do Or Hachayim e tentava incentivar os seus chassidim a fixar horários de estudo sobre este sagrado compêndio.

Enfim, vemos que, além de nos fazer entender o texto da Torá muito claramente e impulsionar nosso temor a Deus, o estudo dessa obra é uma fonte de amplificação de santidade e um capacitador para a elevação da alma e sua purificação.

Sobre a importância da impressão desse livro e o grande mérito de todos que se ocupam e participam disso, foi relatado que, quando abriram uma gráfica, o Rabino Pinchas de Korits ordenou a seu filho e netos que todo ano imprimissem o livro Or Hachayim e que, por esse mérito, seriam salvos de qualquer problema. E, de fato, o primeiro livro impresso na famosa gráfica Slavita foi o Or Hachayim.

Um dos netos do Rabino Pinchas de Korits, que era uma pessoa elevada e obtinha seu sustento por meio da gráfica, disse certa vez: "Chegará o dia em que estarei perante o Tribunal Celestial para prestar contas dos meus atos, e eu não possuo nada. Mas tem uma coisa que poderei usar para me defender: tive o mérito de imprimir o sagrado livro do Or Hachayim!"

Cabe aqui mencionar o que disse o Admor Rabi David Abuhatsira, shelita, que ouviu de seu pai, o Rabi Meir - de abençoada memória -, que imprimir e estudar o Or Hachayim aproxima a vinda do Mashíach, o justo.

Finalizo, abençoando todos os que se empenharam para que esta obra fosse publicada. Que o Eterno os abençoe com muita saúde, nachat dos descendentes e muito sucesso em tudo o que fizerem!

S. Paulo, Iyar de 5777.

Moshe Fried

Prefácio

Apresentação à edição brasileira

Há pessoas que marcam uma geração; há líderes que marcam a história.

O Rabi Chayim ben Atar, o Or Hachayim Hacadosh, representa a linha dos estudiosos sefaraditas iluminados pela luz do Zôhar, uma vertente que, no passado mais recente, pode ser identificada com o Ben Ish Chai e com a família Abuhatsira.

Interessante notar que, no início dos anos 5.500, a segunda metade do sexto milênio (que, segundo a Cabalá, é paralela ao amanhecer do sexto dia da Criação), grandes sábios do nosso povo se esforçaram para morar na Terra de Israel. A data da saída do Or Hachayim de Livorno, na Itália, rumo à Terra Santa foi no Rosh Chodesh Av de 5.501!

Assim foi com o Baal Shem Tov, e assim foi com o Grá - o Gaon Rabi Eliahu de Vilna - alguns anos mais tarde. Mas, enquanto os dois últimos - os líderes do Chassidismo e da Escola Lituana, respectivamente - foram impedidos pelos Céus de chegar à Terra Santa, conseguindo enviar somente alguns dos seus discípulos, o Or Hachayim, logrou chegar à Terra de Israel e fundar uma Yeshivá em Jerusalém.

Não sem antes ter de esperar em Aco, e depois em Tibérias, por quase um ano até que uma grande epidemia entre os habitantes de Jerusalém cessasse. Finalmente, em 15 de Elul de 5752 (1742), o Rabi Chayim ben Atar chega a Jerusalém.

Esses três ícones da nossa história nos ensinaram uma pequena parte da Torá que será revelada pelo Mashíach. Assim como antes do Shabat costuma-se provar um pouco dos alimentos do Shabat, Deus nos enviou esses três faróis para nos dar um gostinho desta grande revelação futura.

Costuma-se afirmar que, se o Baal Shem Tov tivesse chegado a Jerusalém e se reunido com o Or Hachayim, juntos teriam tido a força de trazer o Mashíach, e por esta razão isso não aconteceu, já que a hora ainda não havia chegado.

No chamado divulgado na Itália a fim de arrecadar fundos para a instituição de sua Yeshivá, consta que "jovens se juntarão do oeste e do leste" para dizer basta ao sofrimento da separação [seria da Terra? Ou da Shechiná? ? R.R.S.] (...) para plantar o jardim do Deus vivo (...) e trazer de volta os filhos à mesa de seu Pai [Deus] com alegria".

E quando ele chega a Jerusalém, vive uma vida de restrição, purificando-se no micvê diariamente, falando somente a língua hebraica e se esforçando através dos seus estudos para "tirar a Shechiná da Galut e trazer o Rei novamente ao Seu palácio" (frase extraída de uma das preces que ele compôs).

Essa vida ligada aos ideais da Torá e do povo de Israel é expressa também no relato de seu falecimento, em uma carta de seu grande aluno, o Chidá - Rabi Chayim Iossef David Azulay:

"Nosso mestre estava estudando na noite de Hoshaná Rabá, e ao recitar o Ticun, sua face brilhava como o Sol, e raios de luz emanavam de seu rosto. Ele parecia um anjo vestido de branco. À meia-noite, foi para o seu quarto e vestiu roupas pretas e se estendeu sobre o chão chorando amargamente. E assim ficou deitado até a hora da reza. Rezou e voltou ao seu quarto até Shemini Atséret, quando saiu e voltou a vestir as roupas brancas.

Após o Iom Tov, questionei-o sobre seu comportamento e ele respondeu que uma calamidade - Deus nos livre! - havia sido decretada. Quando viu isto, nosso mestre se esforçou muito em sua reza até conseguir mudar esse decreto e recebê-lo sobre si mesmo, e assim salvar toda a sua geração. E foi assim que, devido aos nossos pecados, ele faleceu neste ano."

Um sábio que morreu para desculpar sua geração.

Há passagens belíssimas em suas explicações que são simplesmente pérolas das joias da literatura judaica, que se tornaram a base do nosso pensamento.

Termino parabenizando os idealizadores deste projeto e citando uma frase do referido perush, que nos transmite a doçura da Torá àqueles que nela se aprofundam:

"Se as pessoas sentissem a doçura da bela Torá,

ficariam loucos por ela, correriam atrás dela,

e não seriam considerados, em seus corações,

como nada, a prata ou o ouro,

pois a Torá engloba nela todas as bonanças

que existem no mundo."

Cotia, Iyar de 5777.

Rabino Raphael Shammah

Sobre o autor

Breve Biografia do Rabi Chayim ben Atar

O Rabi Chayim ben Atar nasceu em Salé, cidade situada no noroeste do Marrocos, à beira do Oceano Atlântico, em 1696. Destituída de uma comunidade judaica significativa, a cidade só ficou famosa por ter servido de berço para o nosso autor.

Sua família parece ter migrado para lá da Espanha muçulmana. O significado do nome Atar é "mercador de especiarias". O jovem Chayim teve como mestre o próprio avô, e logo se tornou renomado como excelente bordador. Em 1732 foi publicado seu primeiro livro, intitulado Chéfets Hashem, que versava sobre diversos temas talmúdicos. Devido às perseguições sofridas pelos judeus, ele se viu forçado a deixar sua cidade natal, mudando-se para Mequinez, e de lá para Fez, onde permaneceu por alguns anos.

Contam-se muitas lendas a respeito dos feitos do Rabi Chayim ben Atar. Atribui-se a ele a afirmação de que os seus 42 comentários sobre Levítico 26:3 foram Divinamente inspirados. Ele adquiriu fama de sublime, daí a sua alcunha de hacadósh ("o sagrado"). (Alguns aplicam esse título apenas a essa obra, chamando-a de Or Hachayim Hacadósh.) Quando o comentário Or Hachayim foi impresso em Veneza, seu autor já se encontrava a caminho da Terra Santa.

Em 1738, o Rabi Chayim ben Atar decidiu concretizar seu anseio de imigrar para a Terra de Israel. Sua decisão foi impulsionada pela fome que naqueles dias tinha se espalhado pelo Marrocos. Sua intenção era fundar uma Yeshivá (academia de estudos de Torá) em Jerusalém.

A caminho da Terra de Israel, ao passar pela cidade italiana de Livorno, o Rabi  Chayim ben Atar foi contratado para o cargo de rabino. Ele permaneceu ali por cerca de três anos, até que em 1º de Av de 1741, apesar das muitas pressões para que revertesse sua decisão, ele se pôs a caminho da Terra Santa, acompanhado de 30 discípulos (que originalmente tinham somado cerca de 150).

O planejamento do Rabi Chayim ben Atar era aportar em Alexandria e seguir de lá até o porto de Jafa. No entanto, o capitão do navio decidiu seguir para o porto de Aco, mais ao norte, onde o grupo acabou chegando pouco antes do Rosh Hashaná de 1742. Nessa cidade, o Rabi  Chayim ben Atar passou cerca de dez meses. Um dos grandes sábios daquela época, o Rabi Chayim Abulafia, fez de tudo para convencê-lo a residir em Tibérias, mas ele preferiu morar em Jerusalém, onde faleceu menos de um ano depois.

É digno de nota que os chassidim o considerassem como um dos seus, muito embora o Movimento Chassídico estivesse apenas começando. Seu fundador, o Rabi Israel Baal Shem Tov, anunciou aos seus discípulos em pleno Shabat - 15 de Tamuz de 5503 (1743) - que o "luminar ocidental" tinha se extinguido em Jerusalém, referindo-se ao falecimento do Rabi Chayim ben Atar, ocorrido naquele mesmo dia.

Detalhes adicionais a respeito da vida do Rabi Chayim ben Atar podem ser encontrados nas páginas introdutórias da edição hebraica do Or Hachayim publicada em 1991 pela Editora Blum, de Jerusalém.

Comentários

Introdução do tradutor e editor

A publicação desses cinco volumes do Or Hachayim, comentário sobre a Torá redigido pelo Rabi Chayim ben Atar, proporcionou-me o privilégio de oferecer ao público de fala inglesa as traduções de quatro dos maiores comentaristas do período de 1450-1750 - os outros três são Rabenu Bachia ben Asher, Rabi Moshe Alshich e Rabi Its'chac Arama. À exceção do último, todos os autores cujas obras tive o privilégio de transpor para o inglês viveram em Érets Israel ou ao menos fizeram aliá para a Terra Santa e ali viveram pelo resto de suas vidas.

A leitura atenta do comentário sobre a Torá do Rabi Chayim ben Atar revela que ele não apresenta uma abordagem uniforme à tarefa que se propôs executar. Enquanto, por um lado, ele frequentemente desdenha as explicações de seus predecessores, considerando-as "mera homilética", por outro lado são inúmeras as vezes em que ele próprio se entrega a tal homilética - como no caso do Livro de Deuteronômio. Presumivelmente, uma das razões que levaram o Rabi Chayim ben Atar a abordá-lo de maneira diferente se deve ao fato de ele ter sido redigido por Moisés, não se propondo a servir primariamente como um código de leis, mas como uma fonte de pregações morais.

O Rabi Chayim ben Atar expõe sua profunda erudição talmúdica ao comentar, principalmente, o Livro de Levítico, com as considerações haláchicas da obra Torat Cohaním e o método exegético do seu autor. O grande espaço consagrado à defesa do autor de Torat Cohanim contra exegetas mais recentes é extraordinário. Em alguns casos, vi por bem abreviar suas palavras, deixando anotado que suprimi algo. Ao abordar comentários antigos como o Torat Cohanim, o Rabi Chayim ben Atar demonstra reverência pela superioridade intelectual dos mestres das gerações anteriores; prova disso é ele não esmorecer ao defendê-los. Na prática, metade do comentário sobre Parashat Emór e todo o comentário sobre Parashat Behar é de natureza homilética. Por outro lado, praticamente todos os comentários de Pecudê a Kedoshim são "pilpulísticos". Eu só menciono isso aqui para o caso de um leitor abrir as páginas de parte deste comentário, considerá-lo difícil demais e ficar tentado a devolver o volume inteiro para o seu devido lugar na estante.

As 22 interpretações sobre a primeira palavra da Torá, Bereshit (correspondendo ao número de letras do alfabeto hebraico), evidenciam que o autor não abre mão de recorrer ao estudo esotérico da Torá.

Como tenho feito nas minhas traduções, acrescentei diversos comentários, sempre entre colchetes e seguidos pelo identificador "Ed.", na esperança de facilitar ao leitor o entendimento dos assuntos mais complexos.

Agradeço profundamente ao Dr. Leon Katz por ter se oferecido generosamente para revisar o meu manuscrito e por ter investido literalmente muitas centenas de horas ao fazê-lo. Sou grato também às suas inúmeras sugestões, que refinaram a legibilidade da minha tradução.

Jerusalém, Ir Hacodesh, lyar de 5755.

Eliyahu Munk

Sobre o tradutor e editor da edição em inglês:

Eliyahu Munk nasceu em Frankfurt, foi educado no Samson Rafael Hirsch Realschule e posteriormente na Yeshivá do saudoso Rabino Joseph Breuer e na Yeshivá de Gateshead, Inglaterra. Por 30 anos dedicou-se à educação judaica (principalmente como professor) em Toronto, Canadá, concomitante à sua carreira no mundo dos negócios. Em 1978, imigrou para Israel e iniciou sua carreira como tradutor.

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