Uma obra coletiva de referência
A escritora gaúcha Leniza Kautz Menda apresenta neste livro a obra de sua vida. Leitora incondicional de Amos Oz, David Grossman e Aharon Appelfeld, voluntária de kibutz nos anos 1970, os ingredientes de beleza e sensualidade de Israel jamais a deixaram. Mas algo estava faltando à gestão deste legado. Onde ficavam as mulheres? Num tour de force hercúleo, ela se debruçou sobre 29 escritoras que fazem do hebraico seu instrumento de trabalho, e consolidou uma coletânea saborosa e panorâmica em que o leitor pode curtir um menu degustação do que elas produziram de melhor.
Depois desta obra, a tendência é que as pessoas procurem mais e mais os livros referidos - a imensa maioria deles ainda não traduzida para o português -, o que engajará mais editoras a perquirir este caminho, como fez a Todavia, que já lançou três títulos da premiada Ayelet Gundar-Goshen, a Companhia das Letras, a Fapesp, entre outras.
Para a consecução do trabalho, Leniza convidou nada menos do que 9 resenhistas de primeira grandeza cuja generosidade se estampa em artigos que enriquecem a abordagem a cada autora. Neste livro, ademais da organizadora, temos uma plêiade de autores do quilate de Laura Trachtenberg Hauser, Marcia Ivana de Lima e Silva, Moacir Amâncio, Vivian H. Schlesinger, Marcia Dreizik, Luiz Paulo Faccioli, Nurit Gil, Gustavo Melo Czekster e Ida Bochernitsan.
Graças a eles, o leitor conhecerá os fascinantes escaninhos culturais de Israel, como poucas vezes foram vistos. A visão de mosaico fica explícita nos flashes sobre as levas de imigração da Romênia, da Lituânia, do Iêmen, do Marrocos e da Polônia. Fortemente interessada no potencial irrefreável da literatura gaúcha contemporânea, em particular na sua vertente judaica.