Prezado leitor, olhe à sua volta, o que você vê? Talvez você esteja sentado em uma cadeira, ou um sofá, dentro de sua casa, e possa ver diversos objetos que compõem o seu lar, ou mesmo outras pessoas. Enquanto segura este livro, você pode senti-lo com as mãos. A textura do papel da páginas, diferente da textura da capa. Talvez você sinta o cheiro do livro, novo, recém-saído de uma embalagem. Existem coisas que você não pode ver ou sentir com o tato e o olfato, mas pode ouvir. Talvez uma conversa em outro cômodo, o barulho da comida no fogo, ou o som de carros passando na rua.
Todos estes elementos, que você pode perceber através dos sentidos físicos, são elementos materiais, fazem parte do mundo material ou reino material, um dos planos da Criação. Mas como ele foi criado? Existe, há tempos, uma forte corrente de pensamento que defende que a existência é obra do acaso. Toda a matéria, para os que pensam assim, surgiu do acaso, e foi também do acaso que esta matéria deu origem à vida. Essa corrente de pensamento se opõe à existência de um Criador e da intencionalidade na criação.
Não é preciso dizer de que "lado" estamos. Sabemos que a criação confirma a existência do Criador e sua inteligência infinita; sabemos também que D'us não criou nada por "acaso", e que sua obra tem propósito; sabemos ainda que o mundo material é expressão/reflexo do mundo espiritual; e mesmo os que não creem em D-us compreendem que a existência física é regida por leis naturais (ou leis da física), princípios anteriores à matéria dos quais esta depende para se manifestar, e que podem ser compreendidos a partir dessa manifestação.
Sendo assim, há espaço para qualquer tipo de acaso ou falta de propósito no reino material? Ou toda a matéria guarda, também, algo que foi emanado do plano mais superior da existência, o mundo das emanações, onde D-us age diretamente? Na presente obra, o Rabino Shimshon Bisker se debruça de forma envolvente sobre dois elementos da criação e a influência destes sobre as nossas vidas: as cores e as pedras. Sempre fundamentado, é claro, na Torá, e referenciando também pesquisas científicas modernas.
O autor toma cuidado em afastar qualquer tipo de leitura supersticiosa do tema, lembrando justamente que a idolatria consiste em adorar futilidades e sinais irracionais, em oposição à compreensão da ordem e origem espiritual de todas as coisas, guiando os leitores a um uso adequado dos conhecimentos aqui expostos.
Que essa obra possa ser útil a todos em nossa jornada.
Akiva Vital