Em 1962, o filósofo Roger Scruton visitou o Líbano. O país ainda era democrático, com diversos grupos políticos e religiosos vivendo em harmonia desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas na década de 70, o país entrou numa época de guerras civis que se estenderam por mais de uma década, provocando um êxodo de aproximadamente um milhão de pessoas que tiveram de se refugiar em outros países. Scruton tenta explicar como as relações políticas libanesas foram se desgastando até se tornarem totalmente inviáveis. Para ele, as interferências externas, muitas vezes influenciadas por uma cobertura tendenciosa da mídia, insuflaram tensões políticas incontornáveis. As hostilidades entre os maronitas e os palestinos foram crescendo, gerando novas dissidências e novas crises que levaram aos conflitos armados que devastaram o país. A guerra terminou no início da década de 1990, mas aquela nação que Scruton conheceu nunca mais foi a mesma. Até o hoje o Líbano permanece refém de conflitos políticos e religiosos, nos quais as influências externas, sobretudo da mídia, continuam preponderantes.