Queridos amigos,
Na Parashat Vayechi, Yaakov Avinu eleva Efraim e Me nashê, seus dois netos, à condição de Shevatim (tribos). No decorrer do processo, ele os concedeu uma berachá que se tornou a bênção padrão com a qual abençoamos nossos filhos até hoje.
Nossos comentaristas perguntam: "Por que Yaakov instruiu o Povo Judeu a abençoar seus descendentes para serem como Efraim e Menashê, em vez de outros de seus filhos?". Essa pergunta é reforçada pelo fato de abençoarmos nossas filhas para que sejam como as Imaot (Matriarcas). Sendo assim, pareceria mais lógico abençoar nossos filhos para que fossem como os Avot (Patriarcas).
Uma das respostas dadas é que Efraim e Menashê alcançaram mais do que seu potencial; até aquele momento, apenas os filhos de Yaakov Avinu mereciam ser considerados entre as Doze Tribos. Efraim e Menashê não eram filhos de Yaakov e, portanto, não estavam destinados a serem líderes de Tribos. No entanto, por causa de sua grandeza, Yaakov os elevou à condição de Shevatim. Dessa forma, eles alcançaram a incrível realização de irem além de seu potencial. Consequentemente, abençoamos nossos filhos para que imitem Efraim e Menashê, ou seja, superem seu potencial.
O trabalho de educar é, sem dúvida, muito desgastante. Costumo chamar as mães que frequentam minhas aulas de "super-heroínas", por terem tantas tarefas a desempenhar. Escrevi neste livro algumas dicas para melhorar o ambiente em casa. Muitas delas podem parecer lindas de serem lidas na teoria, porém, para colocá-las em prática é necessário muito esforço e que sejam lidas e relidas, constantemente. Dessa forma, seus conceitos vão sendo incutidos, aos poucos, em nossos corações. Como está escrito na Hacdamá (Introdução) do livro "Messilat Yesharim", escrito pelo Rav Moshê Chayim Luzzato zt'l: Não trouxemos nenhuma novidade, apenas conceitos que já sabemos. O difícil é estudá-los, diariamente, para conseguirmos as mudanças sonhadas.
Numa certa sexta-feira (sempre sexta-feira!), minha es posa enfrentava um "daqueles dias": a empregada faltou, ligaram da escola porque uma das crianças estava se sentindo mal, teríamos vários convidados para o jantar, e nada estava pronto... Enquanto ela falava ao telefone com minha cunhada, resolvendo problemas, viu entrar uma mensagem urgente do trabalho, uma ligação do advogado e mais alguns assuntos importantes. Num desabafo de ansiedade, ela soltou a frase: "Hoje é dia!". Sua irmã respondeu: "Todo dia é dia". Naquele momento, ela parou e refletiu: "Minha irmã tem toda razão!!!".
Na educação de nossos filhos, não é diferente. Não há descanso. Por isso, precisamos de esforço diário e triIhar os caminhos certos, junto com muita persistência. Assim, não tenho dúvida de que teremos o retorno sonhado... Dessa forma, dividimos o livro em 30 capítulos, para que possamos estudar um deles por dia, e, assim, voltar à mesma lição no mês seguinte, mantendo o princípio da persistência e dedicação.
Espero que gostem,
Shlomo Safra