Se tivessem contado a Lúlek, de oito anos, que algum dia iria jantar à mesa da rainha da Inglaterra, que manteria com o Papa uma conversa temperada com iídiche, que, junto com o chanceler da Alemanha, sim, o chanceler da Alemanha, ouviria o "Creio inteiramente na vinda do Messias"(Ani Maanim), entoado uma melodia do chassidismo de Gur, ele certamente não teria acreditado. E talvez, sim. Porque Lúlek, o menino mais jovem que sobreviveu ao campo de concentração de Buchenwald, estava acostumado a milagres. Ele sobreviveu graças a uma série de milagres: a mãe o empurrou para os braços do irmão no último instante antes de ser levada para a morte; o irmão o levou várias vezes oculto, de um campo a outro, de um vagão de trem a outro; repetidamente esteve diante da morte e sobreviveu.
E o irmão com ele, servindo-lhe de pai, mãe e família.
Juntos cumpriram o legado do pai. foram a Israel, e Lúlek -"Shrulik"- Israel deu continuidade a uma dinastia rabínica de mais de mil anos e tornou-se rabino-chefe de Israel: Rabino Israel Meir Lau.
Este livro não é uma autobiografia no sentido comum. Não se lerá aqui sobre quarenta e quatro anos de rabinato na ascenção da escala de Tel Aviv ao rabinato central de Israel.
Lúlek foi escrito para ser lançado por ocasião do sexagésimo aniversário da libertação do campo de Burchenwald. Na primeira parte, o menino Lúlek conta as sua memórias; na seguna, o Rabino Israel Meir Lau relata como estas memórias moldaram o seu caminho como rabino e líder.