Kipá de crochê branca com borda colorida, feita a maquina. Mede aproximadamente 17 cm de diâmetro.
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KIPÁ
Cobrir a cabeça é um sinal de respeito no oriente tanto quanto descobrir a cabeça o é no ocidente. Usar chapéu num restaurante, biblioteca ou reunião de diretoria é sinal de falta de boas maneiras. Não usar um nos serviços religiosos é sinal de pouca fé. Os judeus têm o costume de cobrir a cabeça há pelos menos 2 mil anos, especialmente durante o estudo e a oração; e as mulheres judias casadas, desde os tempos bíblicos.
O Talmud registra que um homem não deve andar mais de sete passos ("quatro amót") com a cabeça descoberta. Um rabino observou que usar a kipá, ou solidéu, não torna um homem religioso, mas não usar uma coloca sua religiosidade em dúvida. Hoje em dia é raro que alguém reze com a cabeça descoberta.
Não há forma haláchica prescrita para cobrir a cabeça. O estilo atual de kipá é uma questão de gosto, e também de identidade. Nos Estados Unidos e Israel, os judeus tradicionais usam kipót de uma só cor, os centristas e sionistas usam um tricotado preso ao cabelo com um grampo ou clipe (ou até velcro!); estudantes de Yeshivá de direita usam kipót grandes de veludo de cores brilhantes; os Chassidim usam as pretas com chapéus por cima; algumas crianças pequenas usam as coloridas. Com o aumento da liberdade e, especialmente, com a independência de Israel, a kipá começou a ser usada como parte normal da indumentária judaica tradicional, e foi considerada aceitável em escritórios e outros locais de trabalho. Existem, porém, alguns observantes tradicionais que só colocam a kipá antes de abençoar a comida ou rezar na sinagoga.
Extraído do livro BEM-VINDO AO JUDAÍSMO, de Maurice Lamm.
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Por que se usam iarmulkes (solidéus)?
Um iarmulke, chamado kipá em hebraico, é um tipo de solidéu usado pelos judeus. Alguns o usam o tempo todo, outros apenas durante a reza e na hora das refeições.
A referência bíblica mais antiga a uma cobertura na cabeça encontra-se em Êxodo 28:4, onde é chamado de mitsnéfet. Fazia parte da vestimenta do Sumo Sacerdote. Em outras referências bíblicas, a cobertura da cabeça e do rosto é encarada como um sinal de luto (Samuel II, 15:30). O Talmud, no entanto, associa o uso de algo para cobrir a cabeça mais com o conceito da reverência a Deus e respeito (pelas pessoas importantes).
A palavra iarmulke é em iídiche, mas o seu significado não está claro. Um ponto de vista é de que a palavra deriva de armucella, um objeto usado pelo clero medieval para cobrir a cabeça. Uma explicação mais provável é que a palavra iarmulke esteja relacionada com a palavra francesa arme (análoga ao latim arma), um tipo de elmo redondo medieval, com um visor móvel. Outra palavra iídiche para iarmulke é capel, uma forma do latim capitalis, que significa "da cabeça".
O ponto de vista mais tradicional é de que se trata de uma corruptela das palavras hebraicas irá me Elohim, temor (reverência) a Deus.
Esta ideia se baseia, em grande parte, em uma declaração feita pelo estudioso talmúdico babilônio do século V, Huna filho de José, que disse: "Eu nunca andei quatro cúbitos com a cabeça descoberta porque Deus habita acima da minha cabeça" (Kidushin 31a).
O costume de cobrir a cabeça adquiriu ampla aceitação, mas não por todos. O historiador Israel Abrahams (1858-1925) assinala que no século XIII, "os meninos na Alemanha e na França eram chamados para ler a Torá com a cabeça descoberta".
Na Idade Média, autoridades rabínicas francesas e espanholas consideravam que a prática de cobrir a cabeça durante a oração e ao estudar a Torá não passava de um mero costume. Alguns rabinos eram conhecidos por rezarem com a cabeça descoberta.
Hoje em dia, os judeus ortodoxos e muitos conservadores acreditam que cobrir a cabeça é uma expressão de Yirat Shamáyim ("temor a Deus" ou "reverência aos Céus"). Os ortodoxos exigem que a cabeça permaneça coberta o tempo inteiro, ao passo que a maioria dos conservadores acha que a cabeça deve estar coberta durante a oração. Na maioria das congregações reformistas, cobrir a cabeça durante a oração é opcional.
Extraído do LIVRO JUDAICO DOS PORQUÊS, de Alfred J. Kolatch.