Segundo relato romanesco de Schmuel Iossef Agnon, um dos autores mais representativos da moderna literatura hebraica e israelense, prêmio Nobel de 1968, condensa no título a essência do que o narrador procura e que a narração revela à imaginação e à sensibilidade do leitor: a simplicidade da complexidade.
Um universo ficcional rico e denso é assim cerzido nas indas e vindas de um enredo em que se inserem as vivências de personagens empenhadas em revestir-se das aparências mundanas, distanciando-se dos valores e preceitos que deveriam guiar-lhes a existência como judeus e a pertinência à sua identidade pessoal e grupal.
A sedução dos bens materiais, o menosprezo dos sentimentos, a falta de compaixão e calor humanos trazem à tona textual, como seus signos e sintomas, um universo transviado que, tendo perdido o seu norte e o seu rumo, desanda na alienação espiritual e na frustração amorosa que enredam fascinantemente este romance da busca de sentido individual e dos sentidos coletivos.