Brilhante romance histórico sobre a vida e a morte de uma das vítimas mais ilustres da Inquisição, reconstituídas a partir de relatos verídicos e documentos genuínos, entre eles os autos do processo ao qual foi submetido Antonio José da Silva, o Judeu. Um gesto de amor livrou-o da fogueira e da morte pelo garrote, mas a inveja alheia provavelmente o destruiu, sacrificando-o pela culpa de não ter culpa.
Ao longo da história da cultura percebe-se, nitidamente, uma interpelação e interlocução entre narração e conhecimento, entre fato e ficção, entre criação e realidade que, longe de se excluírem, acrescentam-se num processo vital, de grande riqueza.
Estas memórias ficcionais, Masmorras da Inquisição, da historiadora Isolina Bresolin Vianna, são o mais novo elo de um fertilíssimo encadeamento que esta longe de ser concluído.
Alberto Dines
AJS foi uma das mais ilustres vítimas da Inquisição. Brasileiro, filho de uma família que, como muitas nos séculos 17 e 18, escondia sua condição judaica, Antonio José tornou-se o mais popular autor teatral de Lisboa. Invejado, perseguido e acusado de judaizar, foi julgado, condenado e sacrificado pela culpa de não ter culpa. Este romance da historiadora Isolina B. Vianna é leitura agradável e obrigatória para quem deseja conhecer como viviam os judeus que insistiam em manter sua identidade judaica a despeito do pesado jugo da Inquisição.