Retrata a trajetória do artista, parceiro de Oscar Niemeyer, e traz textos de autoria de Fabio Magalhães, Natan Zach, Ron Bartosh, Gideon Ofrat, João Batista de Andrade, Gila Ballas, Rabino David Weitman, além de um poema de Haroldo de Campos, sobre uma das obras do artista. “O Knispel é um dos mais famosos artistas israelenses, um verdadeiro humanista que luta pela igualdade, justiça e fraternidade. Tive a honra de incentivá-lo a expressar em seus trabalhos os conceitos judaicos e, em suas obras, a denúncia ao Holocausto tem sido um tema permanente”, destaca Weitman.
A publicação, com edição trilíngue (português, inglês e hebraico), capa dura com sobrecapa e pôster central com quatro dobras, tem apoio do Ministério da Cultura e organização da Editora Maayanot.
Trajetória de Sucesso - Relação com Brasil
Gershon Knispel sempre manteve uma relação muito próxima com o Brasil. Em 1958, foi premiado em um concurso promovido pela TV Tupi, instituído por Assis Chateaubriand, pela execução de um painel de 7 metros de altura para o edifício-sede do mais importante canal de televisão do país à época. Em 2012, este edifício e o painel, no bairro do Sumaré, foram tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
Em 1963, ganhou o prêmio o prêmio de livro ilustrado na 7ª Bienal de São Paulo com desenhos para poemas de Bertold Brecht. Sua proximidade com referências da vida cultural brasileira na década de 60 fizeram com que Knispel fosse, constantemente, convidado a expor suas obras, ilustrar livros e produzir gravuras e cartazes para os movimentos sociais.
Aproximou-se de Oscar Niemeyer, em 1964, como membro da equipe em Israel no desenvolvimento do projeto da Universidade de Monte Carmel, relação essa reforçada na década de 90, quando voltou em definitivo ao país. Em 1998, foi convidado a produzir o monumento em comemoração aos 50 anos de criação do Estado de Israel.
Knispel é um dos fundadores do movimento realista do então jovem Estado de Israel, nos anos 50. Além da Pomba de Noé, símbolo forte da sobrevivência judaica na Diáspora, durante o exílio, instalada no Memorial da Imigração Judaica, o artista tem inúmeras obras expostas no Espaço Orá Vessimchá, no Ten Yad, Instituição Beneficente Israelita. Destaque para quatro esculturas, nas quais Knispel descreve a tragédia do Holocausto que se abateu sobre o povo de Israel no século XX e também diante dos heróis das revoltas judaicas - Inquisição, Assentamento em Tiberíades, Holocausto e Rebelião.
“Pesquisadores de arte dizem, de forma unânime, que as grandes esculturas que enfeitam o espaço são o ápice de sua obra artística. Nelas, ele investiu o melhor da sua força e talento, incluindo peças desde o começo de sua carreira”, afirma o Rabino Weitman.
Knispel tem obras tombadas na parede da TV Cultura e no Palácio dos Bandeirantes, entre outros.