Falar é viver. O witz (chiste) da língua iídiche é um meio de passar imediatamente a palavra ao inconsciente de dois interlecutores, diante da dificuldade de uma situação. A nova palavra criada pode ser esquecida. Restam o encontro e a separação de dois interlocutores, na diferença entre eles, a comegar pela entonação.
O iídiche é, antes de mais nada, um meio de falar. Sendo uma escrita em caracteres hebraicos de um dialeto alemão da Idade Média remanejado, ele marca a ruptura da identificação com qualquer língua dominante e exacerba a singularidade irredutível de cada locutor.
É a própria erudição de Freud que se libera da sucessão dos escritos pré-analíticos (1877-1897) não publicados em suas obras completas. Este livro, entre a fala e a escrita, tenta dar a noção de pré-analítico.