ENCANTOS E DESENCANTOS reúne cartas pessoais escritas nas décadas de 1940 e 1950 por jovens judeus de movimentos juvenis sionistas-socialistas do Brasil e Argentina.
O anseio por uma pátria onde os judeus pudessem consagrar suas vidas, principalmente após o Holocausto, fê-los idealizar uma sociedade igualitária, democrática e produtiva - o kibutz. Esta seria a solução para os problemas dos homens em geral e dos judeus em particular. As cartas refletem uma dinâmica ideológica, psicológica e espiritual que mormente ocorre com quem se empenha com utopias.
Elas revelam idealismo, sacrifício, ingenuidade, lealdade e devoção por um lado, mas também contradições, fanatismo, frustrações e desilusões por outro. Em suma, este é um livro de encantos e desencantos.
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FRAGMENTOS DE MEMÓRIAS contém 20 textos de memórias escritas por veteranos do movimento juvenil sionista-socialista DROR fundado em 1945. Focalizando os primeiros vinte anos pós Segunda Guerra Mundial, os memorialistas trazem à tona silhuetas de um passado que o tempo, sem constrangimento, dissipou. Olhando para trás, a "chutzpá" (ousadia) daqueles jovens intrépidos nos causa espanto. Num desafio aberto, contestaram o módulo contínuo da Diáspora e a espera milenar pelo Messias. Era um ato de deliberada desobediência às leis da história judaica.
Os memorialistas relatam sobre suas famílias, sobre a emigração e a aculturação no Brasil e a iniciação "naquilo" que os formou. No movimento, eles encontraram um ambiente social, cultural e recreativo autônimo, e acima de tudo, um marco e concepção de mundo sionista-marxista. Os integrantes do movimento eram autodidatas, liam e discutiam muito. Eles eram exigentes consigo e com os outros, por vezes doutrinários na pretensão de conciliar pensamento e ação a ponto de abandonar estudos universitários para aprender profissões manuais e técnicas compatíveis com as necessidades inerentes à vida do kibutz. Considerando retrospectivamente, eram metas impossíveis de serem mantidas a longo prazo. Organizações sectárias provocam dissidências; no movimento juvenil elas ocorreram por razões ideológicas, incompatibilidades com o coletivo, richas pessoais, pressão de pais, comodismo, cansaço e outros motivos.
As memórias refletem estes processos, suas dificuldades e o arrefecer do ardor sionista socialista característico dos primeiros anos do movimento DROR. Após este período vieram anos de estagnação e de inércia. O ambiente eufórico após a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, trouxe novos impulsos ao movimento num processo contínuo de transformação.
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IRONIAS DO DESTINO é um livro sui generis que compreende caricaturas de Vittorio Corinaldi, arquiteto e ex-membro do kibutz Bror Chail dos anos 1968-1969.
As imagens retratam uma multiplicidade de cenas cotidianas do kibutz como era antes das grandes mudanças econômicas, sociais, ambientais e outras que ocorreram no movimento kibutziano.
Conforme as palavras do seu autor, "o kibutz constituiu algo sui generis na esfera social, cultural e colonizadora no princípio da vida do Estado de Israel. E como tal, o kibutz inspirou romances, teses acadêmicas, filmes e sátiras, que trouxeram a lume sua singularidade em contraste com a sociedade majoritária de Israel".
No conjunto de charges encontramos aspectos idiossincráticos brasileiros, visto que, naquela altura, a maioria dos seus membros eram desta origem. E sua influência se fez sentir no dia a dia, através do hebraico intercalado com o português, na maneira de ser, pensar e agir próprios do jeito de ser brasileiro. Vittorio Corinaldi, logrou captar com perspicácia e profundo senso de observação, aspectos irônicos e jocosos do modus operandi do kibutz por um lado, sem deixar de expressar graficamente suas críticas pessoais ao que ocorria a sua volta - no kibutz e na sociedade israelense.
Cada caricatura vem acompanhada com comentários que possibilitam a melhor compreensão de detalhes e aspectos pertinentes a vida kibutziana para aqueles que não vivenciaram o kibutz. A introdução foi elaborada magistralmente por Galia Bar-On, com grande expertise nas artes plásticas em Israel, e um prefácio do autor.
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Os artigos que integram JUDEUS NO BRASIL refletem as múltiplas vertentes do universo intelectual do prof. Nachman Falbel: dos cristãos novos no período colonial à colonização agrícola dos inícios do período republicano, do governo Vargas à multifacetada comunidade judaica de nossos dias. Eles foram elaborados por ex-alunos que lhe devem a formação acadêmica, pares universitários nacionais e estrangeiros bem como amigos de longa data.
São poucos os estudiosos que deixaram marcas para além de suas atividades acadêmicas e científicas. Ainda mais raros são aqueles idealistas militantes. Nachman Falbel é um deles. Professor titular de história medieval da USP, dedicou algumas décadas de sua vida para desenredar o passado histórico do judaísmo brasileiro e recuperar sua memória.
Seu nome se encontra indelevelmente associado à criação do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro que dirigiu por algumas décadas, e seus escritos sobre a comunidade judaica no Brasil revelaram a complexidade da área dos estudos judaicos, singularizando a ampliação deste campo historiográfico no país. Apaixonado irrefreável da língua, literatura, teatro e cultura iídiche transplantados da Europa para o Brasil, e incansável aos 89 anos, Nachman Falbel continua a pesquisar, escrever e publicar textos inéditos e instigantes.
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