Este romance acontece em meio a uma caminhada sem rumo pela Galileia.
Por temer receber a notícia da morte do filho, que serve no exército, Orah foge para o norte de Israel, levando consigo Avram, um amigo e antigo amante que conheceu quando jovem no setor de isolamento de um hospital e que, mais tarde, foi torturado pelos egípcios na guerra de Yom Kippur, em 1973.
A consequência dessa experiência, para ele, foi uma vida inteira de negação, frustração e niilismo.
Para Orah, divorciada e sozinha, restou ser mãe de dois rapazes em Israel, onde os jovens servem no exército durante três anos.
Orah não consegue encontrar mais em si mesma a luz necessária para compreender essa realidade e foge.
Mas é na fuga que ela revela sua força.
Enfrentar a guerra e o medo; as divisões internas de Israel; o casamento e a separação; o passado e a recuperação de algum sentido na vida pelo encontro com a natureza e com o diálogo.
Dentro de uma situação de conflito coletivo e duradouro, como conciliar as preocupações individuais de uma mãe que, afinal, prefere a companhia do filho à missão patriótica?
Como manter a causa pacifista, se aqueles que podem atirar contra um filho são justamente aqueles com quem se quer fazer a paz?
É no limite de Israel e no limite de si mesmos que Orah e Avram descobrem um ao outro, a si próprios e a sua condição de israelenses irreversivelmente exilados.