Elegante, apaixonado e cheio de amor pela obra-prima Divina da Criação, O Schabat, de Abraham Joshua Heschel, foi desde sua publicação aclamado como um clássico da espiritualidade judaica, e um sem-número de leitores tem buscado em suas páginas um sentido para a vida neste nosso mundo globalizado e voltado para a caça dos valores da materialidade nas lojas de departamento da modernidade.
Nesta breve, porém profunda meditação do significado do Sétimo Dia, um dos mais notáveis mestres do pensamento existencial e religioso da grei israelita introduz a sugestiva, se não fascinante, idéia de uma arquitetura da santidade, surgida, não no espaço, mas no tempo. O judaísmo, argumenta ele, é uma religião da temporalidade: encontra suas significações mais elevadas, não na dimensão espacial e nas coisas materiais que a preenchem, porém no tempo e na eternidade que o impregnam, de tal modo que as suas catedrais são, segundo esta visão de Heschel, os Shabatot (plural de Shabat).