Ocorreu recentemente um poderoso surto de interesse em várias tradições místicas e espirituais judaicas. Como se tivessem sido ‘ligados’ por uma grande variedade de experiências espirituais, judeus que não tiveram uma educação religiosa básica estão voltando ‘para casa’, em busca de sua tradição própria.
Da mesma forma, não judeus fascinados pela antiguidade e riqueza do judaísmo perceberam que uma grande sabedoria subjaz oculta em livros hebraicos, que eles não são capazes de ler.
Várias formas diferentes de meditação judaica ganharam muitos seguidores. Nesses aspectos místicos e esotéricos do judaísmo, a compreensão de um vocabulário-chave e das nuanças da língua é ainda mais essencial.
O simples acesso a tais termos através do inglês ajuda muito pouco o leitor, especialmente quando se procura transmitir as implicações místicas. É preciso compreender as associações que cada palavra evoca, e isso frequentemente está ligado a jogos de palavras e sutis inter-relações de palavras que não se exprimem numa tradução.
O hebraico, como outras línguas semíticas, baseia-se num sistema de raízes com três letras. A maior parte dos substantivos e dos verbos no vocabulário hebraico antigo deriva desses troncos de três letras. Termos que se originam da mesma raiz são tidos como inter-relacionados, mesmo se no inglês se expressarem em palavras totalmente diferentes. Essa rede de padrões de raiz empresta à língua uma riqueza associativa que se perde frequentemente na tradução.
O judaísmo em si é uma linguagem, um caminho grupal de expressar crenças, anseios aspirações e sonhos. O vocabulário da vida judaica é a estrutura pela qual o judeu se conecta ao passado, e ele também provê um ponto de apoio que sustenta esperanças e sonhos para o futuro.
Assim, o autor deste livro convida os seus leitores para estudar esta língua.